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quarta-feira, 2 de setembro de 2015

32. O Homem dos Sete Instrumentos (Sérgio Godinho)



O homem dos sete instrumentos 


Chegou o homem dos 7 instrumentos
sua cantiga aos 4 ventos repartiu
às duas por três chegou
e às duas por três partiu
segue para a rosa-dos-ventos
segue para a rosa-dos-ventos
chegou o homem dos 7 instrumentos

Sua cantiga não foi feita de encomenda
não é carne nem é peixe
não compra nem está à venda
não se esquece de quem trata
gente como um cão vadio
fala de gente a lutar
luta de fio a pavio
p´ra poder recuperar
o direito de a respirar
o direito de a respirar
o direito de a respirar

Chegou o homem dos 7 instrumentos
sua cantiga aos 4 ventos repartiu
às duas por três chegou
e às duas por três partiu
segue para a rosa-dos-ventos
segue para a rosa-dos-ventos
chegou o homem dos 7 instrumentos

Ó, Eh! Zés Pereira
Com os tambores a rebentar
andais perdidos nas feiras
nem sabeis p´ra quem tocar
toca tu que tão bem boles
nesse tambor bem martelado
toca toca toca toca
toca toca a reunir
toca toca a reunir
toca toca a reunir

Chegou o homem dos 7 instrumentos
sua cantiga aos 4 ventos repartiu
às duas por três chegou
e às duas por três partiu
segue para a rosa-dos-ventos
segue para a rosa-dos-ventos
chegou o homem dos 7 instrumentos

E se algum dia toda a música acabar
se se acabar de partir
o espelho que faz cantar
preparai-vos meus amigos
que será dia de escuro
de temporais desabridos
dum Inverno bem mais duro
do que este que está a passar
se a música se acabar
se a música se acabar
se a música se acabar

Chegou o homem dos 7 instrumentos
sua cantiga aos 4 ventos repartiu
às duas por três chegou
e às duas por três partiu
segue para a rosa-dos-ventos
segue para a rosa-dos-ventos
chegou o homem dos 7 instrumentos

Sérgio Godinho, 1972.

Canção retirada do álbum "Pré-Histórias".

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

26. Que força é essa? (Sérgio Godinho)




Que força é essa?

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
construir as cidades prós outros
carregar pedras, desperdiçar
muita força pra pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força pra pouco dinheiro

Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo

Não me digas que não me compr´endes
quando os dias se tornam azedos
não me digas que nunca sentiste
uma força a crescer-te nos dedos
e uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compr´endes

(Que força...)

(Vi-te a trabalhar...)

Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer
Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
que te põe de bem com outros
e de mal contigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo
Que força é essa, amigo

Sérgio Godinho, 1971.